terça-feira, 29 de maio de 2007

Capítulo 9 – Cavaleiros do Fogo da Origem – parte II

Mushussu fez o fogo dos chifres mais fortes e veio de cabeçada ao encontro do Cavaleiro. Esse tentou uma esquiva, mas inexperiente, a chifrada rasgou-lhe a coxa, não profundamente mas o bastante para fazer-lo cair em um joelho. Foi o tempo de sentir a dor e o cão já vinha agora com os dentes brilhantes, direto no pescoço de Cícero, que rolou para o lado e com o pé bom chutou o rabo do infeliz. Esse deu cambalhota no ar, e caiu em pé, levantando poeira. Cícero pulou pra cima, não vendo escolha, fazendo o rastro da espada no ar zunir como vespa. Foi um baque forte. A lâmina tocou só o chão. O cão alçara um vôo surdo, caindo nas costas do Cavaleiro. As cobras de seu rabo picaram Cícero em simultânea rajada, uma na orelha, outra no ombro, outra ainda no olho esquerdo do Cavaleiro. Nesse momento o Andarilho-Bruxo fez sua mágica, sete farpas cortaram a carne o cão, que se retorceu no chão ao lado de Cícero. Foi o instante. Cícero mesmo com o olho sangrando, enfiou a espada embaixo da pata do cão, como se faz com um porco, esse se retorceu em xingos e blafêmias:

_Mosca-mosquito de picada que arde, que o pé do Diabo que eu mordi bata forte nu seu peito.


Dito isso ele se fez poeira, se espalhando por todo o lado. Mas antes dessa poeira toda cair ao chão ouviu-se sua voz:


_Vocês tem três dias na vila, é o tempo deu voltar do pó!